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Testes rápidos para diagnóstico da hanseníase são distribuídos em maio para todo o Paraná

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) distribuiu, em maio, 1.430 testes rápidos para detecção da hanseníase às 22 Regionais de Saúde do Paraná. Os testes irão apoiar a Atenção Primária à Saúde (APS) na vigilância às pessoas que estiveram em contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o primeiro país no mundo a ofertar insumos para detecção da enfermidade na rede pública. Os testes são disponibilizados aos municípios conforme a demanda.

Teste rápido para diagnóstico da hanseníase (crédito da foto: Ministério da Saúde)

Crédito da foto: Divulgação/Ministério da Saúde

Os profissionais responsáveis em disponibilizar esta ferramenta aos municípios – Vigilância Sanitária e Atenção à Saúde – participaram de capacitações no Laboratório Central do Estado (Lacen). O objetivo foi treinar esses profissionais para identificar os casos elegíveis para os testes quando novos casos da hanseníase forem notificados.

“Os testes vão possibilitar uma agilidade muito maior para o diagnóstico precoce da hanseníase. Isso vai contribuir para a quebra da cadeia de transmissão em tempo oportuno e também reduzir as sequelas provocadas pelo comprometimento dos nervos periféricos, que caracterizam a doença”, explicou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

A hanseníase é uma doença infecciosa transmitida por bactéria (Mycobacterium leprae) e sua contaminação ocorre por via respiratória, em gotículas de saliva expelidas durante a fala, espirro ou tosse. Para ser afetado pela doença, é necessário contato próximo e prolongado com a pessoa doente que não tiver iniciado o tratamento. É uma doença silenciosa, cujo período de incubação é longo, e pode levar até dez anos para se manifestar.

Entre os primeiros sinais e sintomas da hanseníase estão as manchas pelo corpo com alteração ou perda de sensibilidade local; fraqueza e dores nas articulações de braços, pernas, mãos e pés; nódulos; e ressecamento da pele. A doença tem alto poder incapacitante, o que traz estigma e discriminação às pessoas acometidas pela enfermidade.

O tratamento, que é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem duração de seis a 12 meses, podendo ser prolongado em casos mais avançados. O método utilizado é a poliquimioterapia, composto por três antibióticos. E quanto antes for iniciado o tratamento, menores são as chances de agravamento. O uso do medicamento, além de curar a doença, interrompe a sua cadeia de transmissão e previne as incapacidades físicas.

No Paraná, o atendimento especializado, quando há necessidade de encaminhamento da APS, pode ser realizado no Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, localizado em Piraquara, município da Região Metropolitana de Curitiba. O hospital – que antigamente era denominado Leprosário São Roque – foi projetado em 1926, com o intuito de atender exclusivamente pacientes com hanseníase.

Hoje sob gestão da Fundação Estatal de Atenção em Saúde (Funeas), a instituição é referência em dermatologia e feridas, com oferta de serviços de consultas especializadas, e conta com uma equipe multiprofissional.

Dados sobre a hanseníase

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil está em primeiro lugar no mundo em incidência de hanseníase e em segundo em relação ao número absoluto de casos – atrás apenas da Índia, que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2022 foram diagnosticados no Paraná 374 novos casos da doença. Em 2023, já são 101 novos diagnósticos e 709 pacientes estão em tratamento nos municípios paranaenses.

Ações no Paraná

O Plano Estratégico Estadual de Controle da Hanseníase prevê ações integradas entre Vigilância Sanitária e Atenção à Saúde, que, apoiadas pela assistência farmacêutica, laboratorial e de promoção da saúde, coordenam o trabalho de enfrentamento à doença no Paraná.

Entre as ações desenvolvidas estão a busca ativa para detecção precoce dos casos; tratamento oportuno; prevenção e tratamento das incapacidades; reabilitação; manejo das reações hansênicas, recidivas e nos eventos pós-alta; investigação dos contatos de forma a interromper a cadeia de transmissão; formação de grupos de autocuidado; acesso a órteses e próteses; e ações adicionais que promovam o enfrentamento ao estigma e à discriminação que afetam as pessoas acometidas pela doença.

Fonte: Agência Estadual de Notícias