Hanseníase

A hanseníase é uma doença infecto contagiosa, crônica de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante. A doença é causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen, que apresenta afinidade por células cutâneas (pele) e por células dos nervos periféricos. O bacilo foi descoberto em 1873 pelo médico Amaneur Hansen, na Noruega. Em homenagem ao seu descobridor, o bacilo é também chamado de Bacilo de Hansen.

A hanseníase:

  • O contágio é de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra.
  • Demora de 2 a 5 anos, em geral, para aparecerem os primeiros sintomas.
  • Apresenta sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico.
  • Pode atingir crianças, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um contato intenso e prolongado com o bacilo.
  • Instala-se principalmente nos nervos e na pele.
  • Pode causar incapacidades/deformidades, quando não tratada ou tratada tardiamente.
  • Tem cura.
  • O tratamento é um direito de todo cidadão e está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde do SUS

Como se pega a hanseníase

Uma pessoa pega a doença, por meio das gotas eliminadas no ar pela tosse, pela fala e pelo espirro de uma pessoa com hanseníase, sem tratamento. O bacilo penetra através das vias respiratórias, percorre o organismo e se instala preferencialmente nos nervos periféricos e na pele. O bacilo tem uma reprodução lenta. Pode demorar de dois a cinco anos ou até mais tempo para se manifestar. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação, e ausência de luz solar, aumenta a chance de a pessoa se infectar com o bacilo. A maioria das pessoas resiste ao bacilo e não adoece. A hanseniase não transmite por:

  • Meio de copos, pratos, talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseniase.
  • Assentos, como cadeiras, bancos;
  • Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de saude;
  • Picada de inseto;
  • Relação sexual;
  • Aleitamento materno;
  • Doação de sangue;
  • Herança genética ou congênita (gravidez);

Importante Lembrar!

  • Os doentes param de transmitir a hanseníase, logo que começam o tratamento. A pessoa com hanseníase não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar.
  • Somente a pessoa doente que ainda não iniciou o tratamento transmite a hanseníase.
  • Não se pega hanseníase bebendo no copo ou utilizando o mesmo talher da pessoa com a doença.

Diagnóstico

O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica.

Tratamento

O tratamento é ambulatorial realizada nas unidades básicas de saúde. Administra-se uma associação de medicamentos, a poliquimioterapia (PQT/OMS), conforme a classificação operacional, sendo:

  •  Paucibacilares (carga baixa de bacilos): rifampicina, dapsona;
  •  Multibacilares (carga alta de bacilos): rifampicina, dapsona e clofazimina;

Prevenção

A hanseniase é uma doença incapacitante e apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como:

  • Diagnóstico precoce;
  • Exame, precoce, dos contatos intradomiciliares;
  • Técnicas de prevenção de incapacidades;
  • Uso da vacina BCG;

Prevenção de incapacidades

A prevenção de incapacidades é uma atividade que se inicia com o diagnóstico precoce, tratamento com PQT, exame dos contatos e BCG, identificação e tratamento adequado das reações e neurites e a orientação de autocuidado, bem como dar apoio emocional e social. A Prevenção de Incapacidades se faz necessário em alguns casos após a alta de PQT (reações, neurites e deformidades em olhos, mãos e pés). A avaliação neurológica, classificação do grau de incapacidade, aplicação de técnicas de prevenção e a orientação para o autocuidado são procedimentos que precisam ser realizados nas unidades de saúde. Estas medidas são necessárias para evitar seqüelas, tais como: úlceras, perda da força muscular e deformidades (mãos em garra, pé caído, lagoftalmo). Recomenda-se o encaminhamento às unidades de referencia os casos que não puderem ser resolvidas nas unidades básicas.

Como proceder em caso que requerem reabilitação?

Nos casos que já existem deformidades físicas, faz parte do tratamento das mesmas o autocuidado, a cirurgia e exercícios pré e pós-operatórios. Além da indicação de prótese e órteses. O objetivo é favorecer uma melhor qualidade de vida das pessoas atingida pela hanseníase.

Retirado de: Programas – Hanseníase / Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, em www.sesa.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=2799
“Como ajudar no controle da hanseníase?” / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008.