Profissionais das áreas de Atenção Primária, Vigilância Epidemiológica, Promoção da Saúde e do Laboratório Central do Estado (Lacen), gestores municipais da saúde e diretores de regionais de saúde se reuniram recentemente, no auditório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em Curitiba, para traçar metas e estratégias de eliminação da hanseníase no Estado. Esta foi a primeira reunião do grupo para organizar a participação do Estado no Projeto Sasakawa, do Ministério da Saúde.
O principal objetivo dessa iniciativa, conhecida internacionalmente, é capacitar profissionais da Atenção Primária à Saúde com relação ao diagnóstico e à busca ativa na comunidade e de contatos de casos de hanseníase. O projeto será desenvolvido nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Alagoas. Dois municípios paranaenses foram elencados: Piraí do Sul e Doutor Ulysses.
Os municípios foram escolhidos pelo perfil epidemiológico, com pouca concentração de casos, mas que apresentam diagnóstico com a forma mais avançada da doença, grau de incapacidade física e casos em pacientes com menos de 15 anos de idade.
“Atuamos de forma efetiva hoje no Paraná, mas queremos agregar alguns componentes para a detecção precoce e avaliação e recuperação de pacientes. Com o projeto implantado, as ações podem se expandir ainda mais”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Saiba mais sobre o projeto
O Projeto Sasakawa é fruto de uma parceria entre o governo federal e a Sasakawa/Nippon Foundation. A fundação atua em diversas frentes relativas aos problemas da hanseníase. Yohei Sasakawa é o representante da causa, nomeado como embaixador da boa vontade da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a eliminação da doença. O projeto iniciou de forma remota em 2021 e terá a duração de três anos (2021-2023) no Paraná.
De acordo com a coordenadora-geral do Programa de Combate à Hanseníase do Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro, na região Sul o número de casos da doença não é tão alto, mas o trabalho precisa ser feito para que as novas notificações não aumentem. “Os municípios escolhidos foram a critério do Estado. Os dois que fazem parte do projeto tiveram poucos casos. Como estamos começando agora aqui, um município com menor população facilita a capacidade de desenvolvimento das atividades, mas podemos ampliar para outras cidades, inclusive, Curitiba”, ressaltou.
Números da doença no Paraná
Apesar da diminuição do número de casos de hanseníase nos últimos anos no Paraná, somente em 2021 foram mais de 410 novos diagnósticos. Dados parciais da Secretaria de Estado da Saúde mostram que, desde o início deste ano, 87 pessoas foram diagnosticadas com a doença. O Brasil está em primeiro lugar no mundo em incidência da enfermidade e em segundo lugar em número absoluto de casos, atrás, apenas, da Índia (que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes).
“A hanseníase é uma doença milenar. Se considerarmos que já temos tratamento no Sistema Único de Saúde [SUS], que é de fácil detecção, e com profissionais capacitados para os atendimentos, ainda temos um número alto. E é isso que queremos interromper e detectar precocemente, evitando a transmissão”, alertou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.
Ações
A Secretaria de Estado da Saúde conta com o Plano Estratégico de Controle da Hanseníase no Paraná, o qual prevê ações integradas entre as áreas de Vigilância e Atenção à Saúde, que, apoiadas pela assistência farmacêutica e laboratorial e pela promoção da saúde, coordenam as estratégias para o controle da doença no território paranaense.
Fonte: Agência Estadual de Notícias