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OPAS/OMS aponta estigma e discriminação como obstáculos para eliminar a hanseníase

“Os esforços para o combate e controle da hanseníase ainda encontram um grande obstáculo: o estigma e a discriminação enfrentados pelas pessoas afetadas por ela.” O alerta foi feito pelo representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, durante evento realizado neste ano pelo Ministério da Saúde, em Belém, no Pará.

Ele observou que apesar de existirem tratamentos eficazes e cura para a hanseníase, campanhas massivas de educação em saúde pública, um aumento da consciência sobre a doença e integração dos tratamentos nos serviços de saúde, os esforços para o combate e o controle dessa enfermidade ainda esbarram nessas duas questões.

Molina também destacou que a região das Américas tem observado uma diminuição gradual do número de novos casos de hanseníase. Entre 2011 e 2016, por exemplo, houve uma redução de 26% nos casos detectados e 31% no número de crianças diagnosticadas. Segundo dados do governo federal, o Brasil também registrou uma diminuição de casos: de 40,1 mil em 2007 para 25,2 mil em 2016; ou seja, uma queda de 42,3% na taxa de diagnóstico no país.

Apesar disso, ele reiterou que o combate à doença não pode perder a força. “Avançamos e podemos comemorar os progressos alcançados nos últimos anos, mas não podemos baixar a guarda. São necessários recursos financeiros adicionais e mais compromisso político para atingir o objetivo da eliminação da hanseníase”, salientou.

Estratégia global
Na ocasião, Molina reafirmou o compromisso da OPAS/OMS de continuar trabalhando junto aos governos, parceiros, movimentos sociais e sociedade civil para assegurar um controle efetivo da enfermidade no Brasil e em outros países das Américas. A OMS lançou em 2016 a Estratégia Global para a Hanseníase 2016-2020, que está baseada em três pilares: fortalecer o controle, a coordenação e as parcerias do governo; combater a doença e suas complicações; e enfrentar a discriminação e promover a inclusão.

A estratégia fornece orientações aos gestores de programas nacionais de hanseníase para que tomem as medidas necessárias para reduzir a carga da enfermidade, em colaboração com vários setores – dentre eles, as organizações que trabalham em questões de direitos humanos e equidade de gênero.

Fonte: OPAS/OMS