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Neurologista faz balanço sobre Seminário de Hanseníase

No Seminário Internacional de Doenças Infecciosas – Hanseníase, ocorrido em 25 de outubro na Faculdades Pequeno Príncipe (FPP), o diretor de Pesquisa do Laboratório de Genética Humana em Doenças Infecciosas, da Faculdade de Medicina Paris Descartes e Instituto de Doenças Genéticas (IMAGINE), Alexandre Alcaïs, PhD, apresentou os resultados de seu grupo em pesquisas feitas ao longo de mais de dez anos.

Nesses estudos foram identificados marcadores biológicos, sejam genes específicos que podem explicar o porquê de diferentes indivíduos que tenham contato com o agente infeccioso (Mycobacterium leprae) desenvolverem ou não a Hanseníase, assim como as diferentes formas de apresentação da doença estarem relacionadas com a suscetibilidade genética de cada indivíduo. Esses resultados abrem perspectivas de aprimoramento da prevenção da doença e do diagnóstico mais precoce para determinados grupos com maior grau de suscetibilidade, que tenham determinados genes, além de ampliar a compreensão das relações do hospedeiro e do agente infeccioso.

O evento contou também com a presença da Dra. Ewalda von Rosen Seeling Stahlke, dermatologista e hansenóloga, que proferiu palestra sobre o “Panorama da doença no Paraná”. Ela enfatizou a necessidade da ampliação de divulgação para a comunidade, no intuito de promover o diagnóstico e tratamento precoces. Já Alcaïs comentou sobre as dificuldades existentes na reprodução do modelo desta doença em laboratório (in vitro e in vivo) para estudos.

Neste contexto, durante uma reunião com os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPPPP), o professor Alcaïs tomou conhecimento de resultados obtidos pela aluna de Mestrado da FPP, Daiany de Souza, bolsista da CAPES e com estudo desenvolvido no IPPPP (fevereiro de 2013), sob orientação da Dra. Katherine Athayde Teixeira de Carvalho, neurologista, PhD. Na pesquisa, a partir de células-tronco de origem de gordura de lipoaspiração (descarte hospitalar de lipoaspirado), foi estabelecido o protocolo para obtenção de células de Schwann. A célula de Schwann é um tipo de célula nervosa que produz a mielina e transmite os impulsos nervosos a qual o agente infeccioso da Doença de Hansen tem grande predileção e causa a lesão de nervo periférico, culminando em áreas de anestesias e lesões irreversíveis. Esses resultados permitirão estudos futuros e parcerias entre ambas as instituições para a investigação do modelo da Hanseníase em laboratório.