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Hanseníase é tema de curso do Ministério da Saúde e da UNA-SUS

O Ministério da Saúde – por meio da Secretaria Executiva da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (SUS), a UNA-SUS, e da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) – oferece o curso on-line Hanseníase na Atenção Básica, que está com as matrículas abertas para início imediato das aulas. A capacitação pretende preparar os profissionais para atuarem no controle da transmissão da doença e diminuir as incapacidades causadas pela enfermidade.

O público-alvo são os trabalhadores da saúde de todo o país, mas o curso é livre para demais interessados. Para saber mais e fazer a matrícula, clique aqui. A formação possui carga horária de 45 horas e é dividida em três unidades: vigilância, diagnóstico e acompanhamento da hanseníase na Atenção Básica. Os casos clínicos são transversais e abrangem e integram os aspectos de controle da doença.

Em sua quarta oferta – a primeira turma foi lançada em outubro de 2014 –, o curso já teve mais de 38 mil inscritos. Entre os perfis profissionais que mais buscam a capacitação, 46% são enfermeiros, 19% técnicos de enfermagem e 12% médicos. A maioria dos inscritos atua em Centros e Unidades Básicas de Saúde (53%), hospitais gerais (16%) e secretarias de Saúde (5%). Os Estados com maior número de matrículas são: São Paulo (2.600), Minas Gerais (2.582), Ceará (1.707) e Bahia (1.600).

De acordo com a enfermeira em Porto Velho, Rondônia, Yasmin dos Santos, ex-aluna da capacitação, o curso trouxe novas informações e conhecimentos para sua formação profissional. “Vi muitas coisas que eu desconhecia, mesmo já tendo estudado a doença na minha graduação. Isso me ajudou muito no atendimento aos pacientes, inclusive na minha atuação em um centro de medicina tropical em que muitos pacientes realizavam o tratamento de hanseníase”, afirma.

Para a farmacêutica e também ex-aluna do curso, Quéli Seifert, que atua em um Centro de Especialidades em Saúde em Criciúma, Santa Catarina, o grande diferencial foi a organização do conteúdo. “Tudo está bem explicado e temos outros materiais de apoio em links e downloads, caso surjam dúvidas”, conta. “Apesar de o curso ser destinado ao cuidado do paciente com hanseníase e essa não ser a minha área de atuação direta, ele nos traz uma visão ampla do tratamento, o que me ajudará, inclusive, no esclarecimento de dúvidas relativas ao medicamento e acompanhamento farmacoterapêutico do paciente”, diz Quéli.

O curso é dinâmico e utiliza metodologia diversificada. Além dos casos clínicos, bastante utilizados nos cursos da UNA-SUS, são oferecidas vídeo-aulas com explicações de especialistas sobre o tema, além de vídeos de apoio com dramatizações que tratam do tema da vídeo-aula. São também utilizados hipertextos, caixas de ajuda e glossário para que se possa aprofundar os conhecimentos de termos técnicos.

Sobre a hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que tem atração por pele e nervos, podendo causar atrofias e áreas de insensibilidade. Caso a bactéria atinja o nervo, pode causar incapacidades muitas vezes irreversíveis. A transmissão se dá pelas vias aéreas, por meio do contato entre uma pessoa infectada com uma saudável suscetível. As manchas causadas não doem e não coçam, e o período de incubação da doença é de cinco anos. No entanto, se não for diagnosticada precocemente e tratada adequadamente, a doença pode gerar sérias incapacidades físicas.

Além do diagnóstico, o SUS oferece tratamento para hanseníase, disponível em todas as unidades públicas de saúde. A poliquimioterapia (PQT) – uma associação de medicamentos que evita a resistência do bacilo – deve ser administrada por seis meses ou um ano, a depender do caso. Os pacientes devem ser submetidos, além do exame dermatológico, a uma avaliação neurológica simplificada e sempre receber alta por cura.

Novos casos
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados mais de 213 mil casos de hanseníase em 2014 em todo o mundo. Aproximadamente 94% desse total foram detectados em apenas 13 países e o Brasil é um deles. Os dados da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram, ainda, que Brasil, Índia e Indonésia juntos são responsáveis por 81% dos casos da doença em todo o mundo.

Endêmica no Brasil, a hanseníase ainda é um problema de saúde pública e está no rol das doenças negligenciadas. Apesar disso, o último balanço sobre a doença – divulgado em 2015 – trouxe resultados positivos. A análise dos dados do período que vai de 2003 a 2013 mostrou que a quantidade de novos casos no país caiu 40%. As taxas de prevalência da enfermidade em dez anos caíram 68% e o percentual de cura aumentou 80%.


Fonte:
Blog da Saúde