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Hanseníase: doença antiga, porém muito atual no Brasil

Uma das doenças mais antigas do mundo, a hanseníase já estava presente em países da Ásia e África muito antes de Cristo, porém só foi descoberta em 1873, pelo médico bacteriologista e dermatologista norueguês, Gerhard Henrick Armauer Hansen. Hoje, sabe-se que é uma doença curável. Porém, se não tratada a tempo, pode ser preocupante.

Atualmente, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de prevalência da hanseníase e ainda registra cerca de 30 mil novos casos por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para a assessora externa da Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças de Eliminação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Tadiana Maria Alves Moreira, a situação pode ser explicada  pela dificuldade, nos  últimos 20 anos, de acesso da população ao diagnóstico e tratamento oportuno da doença.

“É necessário levar em consideração a qualidade do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), na sua alimentação sistemática, principalmente do Boletim de Acompanhamento, em que é realizado o registro ativo dos casos”, explica.

Apesar do alto registro de casos, é importante lembrar que a doença não é transmitida diretamente pelo contato com a pele do paciente, mas por meio de gotículas que saem do nariz, ou da saliva de pessoas infectadas. Ela afeta principalmente a pele, porém pode alcançar os olhos, nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos.

Sintomas – é preciso ficar atento aos sintomas da doença. Um dos primeiros a surgir é o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas, ou seja, pouco visíveis e com limites imprecisos.

Há também perda de sensibilidade térmica e de pelos, além da ausência de transpiração. Quando é lesionado o nervo da região em que se manifestou a doença, pode ocorrer dormência e perda de tônus muscular na área.

Ainda é possível aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como as orelhas, mãos e cotovelos e alteração na musculatura esquelética – que causa deformidades nos membros.

Diagnóstico – O diagnóstico da hanseníase é simples. A pessoa que tiver suspeita da doença precisa procurar imediatamente um dermatologista. O paciente será submetido a testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora, entre outros exames.

Se o médico desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, poderá ser feita uma biópsia da área ou  um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos. O segundo identifica se a hanseníase é paucibacilar – com pouco ou nenhum bacilo – ou multibacilar – com muitos bacilos.

Tratamento – O tratamento é gratuito, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele pode durar de seis meses a um ano, dependendo do estágio da doença e deve ser feito sem interrupção.

Há alguns medicamentos específicos e combinações de remédios prescritos pelo médico. Alguns deles não podem ser tomados por grávidas. A primeira dose do medicamento já garante que a h não transmissão da hanseníase.

Prevenção – Manter o sistema imunológico eficiente é a melhor forma de prevenir a doença. Além disso, recomenda-se uma boa alimentação e a prática de atividades físicas. Manter condições aceitáveis de higiene também ajuda a manter a prevenir a hanseníase.

Fonte: UNA-SUS/UFMA