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Governo do Paraná aposta na informação para avançar no controle da hanseníase

Hanseniase_Parana2O governo do Paraná lança nesta terça-feira, dia 31, em Curitiba, uma nova campanha educativa para alertar sobre os sintomas e perigos da hanseníase. O objetivo é chamar a atenção da população e dos profissionais de saúde para a circulação da doença no Estado, que somente em 2016 já atingiu 160 paranaenses.

Com o mote “Você conhece as manhas do seu corpo?”, a iniciativa dá dicas sobre como identificar possíveis sinais suspeitos da enfermidade. Segundo especialistas, manchas dormentes na pele são os principais indícios do surgimento da hanseníase.

“Trata-se de uma doença que ataca os nervos e a pele. Por isso, se manifesta por meio de manchas sem sensibilidade no corpo, além de caroços e inchaços, geralmente no rosto e nas orelhas”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira.

Cartazes, fôlderes informativos, marcadores de página, porta-objetos, canetas, squeezes e bolsas serão distribuídos em unidades de saúde, hospitais e prédios públicos. Os materiais trazem informações acerca das medidas recomendadas para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da hanseníase.

Indicadores
Graças à melhoria do atendimento na rede pública de saúde, com a oferta de tratamento oportuno, o número de casos de hanseníase vem caindo no Paraná. De 2011 a 2015, o número passou de 1.024 para 689 ocorrências anuais – uma redução de 32% em todo o Estado.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Jaqueline Finau, houve avanços também na adesão ao tratamento e na taxa de cura dos pacientes. Em 2015, 91% dos casos novos diagnosticados evoluíram de forma satisfatória. “Isso é importante, porque assim que a pessoa inicia o tratamento, ela já não transmite mais a doença”, afirma.

Para Jaqueline, o grande desafio agora é avançar no diagnóstico precoce, diminuindo as chances de agravamento do quatro clínico do paciente. “O problema é que essas manchas dormentes podem passar despercebidas, pois não doem, não coçam e não incomodam. Geralmente, a pessoa só se dá conta da doença quando já está em um estágio mais avançado”, ressalta.

Entre os casos mais graves estão as incapacidades físicas de grau 1 e grau 2. Pacientes nesse estágio já apresentam alguma dificuldade de locomoção ou mobilidade por conta das lesões nos nervos. Ao todo, 45% dos casos novos diagnosticados se encaixam nessas condições e demandam atendimento especializado para recuperação.

Uma das sequelas mais comuns da hanseníase é a diminuição da sensibilidade das mãos, dos pés e dos olhos. “Quando a dormência ocorre nos pés, a atenção deve ser ainda maior. Uma simples pedrinha no sapato pode causar calosidades e ferimentos sem que a pessoa perceba”, alerta Jaqueline.

Ranking
Atualmente, o Brasil ocupa a segunda colocação no ranking dos países com o maior número de casos da doença, atrás apenas da Índia. O país é também o primeiro em prevalência da enfermidade. “O dado reforça a importância de se tratar o tema, destacando a informação como arma nesta luta contra a hanseníase”, complementa Jaqueline.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde