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Fiocruz Paraná valida testes de triagem de doenças negligenciadas nos territórios

Crédito da foto: Itamar Crispim (ICC/Fiocruz Paraná)

O Instituto Carlos Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz no Paraná (ICC/Fiocruz Paraná), lidera uma pesquisa de campo que visa validar testes de triagem para doenças negligenciadas, desenvolvidos por uma equipe do Laboratório de Ciências e Tecnologias Aplicadas à Saúde (Lactas). Conduzida pelo pesquisador Alexandre Costa, a pesquisa concentra-se na triagem de doenças como malária, tuberculose e hanseníase, possibilitando a detecção precoce de possíveis casos. As atividades de campo estão sendo realizadas em três localidades: Rondônia (desde 2020); Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (desde 2021); e Guaraqueçaba, no litoral do Paraná (desde junho de 2023). Uma quarta frente deve ter início até o fim deste ano em uma unidade do sistema prisional, em Venâncio Aires, também no Rio Grande do Sul.

O foco principal da pesquisa é proporcionar acesso a testes de qualidade para populações em áreas de difícil acesso ou com infraestrutura limitada, alcançando populações que não têm acesso aos serviços médicos ou enfrentam demoras e baixa qualidade nos diagnósticos, contribuindo, dessa forma, com os serviços de saúde locais. Os testes de triagem propostos no estudo sinalizam indícios da presença da doença, um passo que antecede e colabora com testes de diagnóstico, cuja função é confirmar a enfermidade de maneira definitiva. O estudo se propõe a fornecer uma ferramenta eficaz para que o sistema de saúde possa identificar e tratar casos das doenças em estágios iniciais, mitigando a propagação dessas enfermidades.

“Buscamos proporcionar para as populações em áreas de difícil acesso testes que tenham a mesma qualidade que os exames que temos em cidades com mais estrutura”, afirma Costa. As doenças negligenciadas são intrinsecamente associadas a áreas carentes de recursos básicos, como infraestrutura, saneamento e educação.

A pesquisa já validou os protótipos de teste em laboratórios parceiros. No momento, a validação em ambientes relevantes vem demonstrando a sua viabilidade e eficácia. A equipe pretende avançar para transferência do produto validado para a iniciativa privada, que realizará a padronização do teste em pequena escala e, posteriormente, buscará disponibilizar o exame nos sistemas de saúde.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias