Notícias >

Especialistas querem aumentar os diagnósticos da hanseníase no Brasil

O 14º Congresso Brasileiro de Hansenologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), foi realizado em novembro, em Belém, no Pará. O evento reuniu renomados especialistas brasileiros e estrangeiros, dentre profissionais da área da saúde (médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e psicólogos, por exemplo), além de historiadores e outros pesquisadores.

Durante o congresso, a SBH lançou um desafio aos profissionais de saúde para que somem esforços no intuito de ampliar o diagnóstico da hanseníase em todo o território nacional. O Brasil é o segundo país com mais casos notificados da doença no mundo – atrás, apenas, da Índia – e o Estado do Pará é considerado hiperendêmico para a enfermidade.

No evento, foram promovidos cursos sobre úlcera e cicatrização, órtese e prótese. Também foram abordados temas como prevenção de incapacidades, reabilitação, exame dermatoneurológico para hanseníase, clínica médica, cirurgia, terapêutica, epidemiologia e controle, educação em saúde e diagnósticos diferenciais das neuropatias.

Além disso, foi falado sobre os desafios para o combate à hanseníase no país, números e o cenário atual da doença. Bem como a respeito das ações educativas realizadas pela SBH durante o ano, em diversas cidades brasileiras, para orientar a população sobre a enfermidade, dentre elas a campanha nacional “Todos contra a hanseníase”.

Uma das mesas redondas teve como tema “Hanseníase: o Brasil precisa falar e agir sobre isso”. Vários profissionais apresentaram resultados das atividades de busca ativa de casos e treinamento de profissionais de saúde em diversas regiões brasileiras, incluindo ações de sucesso que mereceram reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Algumas localidades eram consideradas não endêmicas e a busca de casos reverteu esse cenário, como Palmas, no Tocantins.

Outros assuntos em pauta foram os movimentos sociais e os direitos humanos, a hanseníase em populações especiais (presídios, colônias, indígenas, centros religiosos e crianças). Isso além dos avanços em diagnósticos, perspectivas para o combate à doença no país, abordagens inovadoras para intensificar esforços para erradicação da enfermidade, reabilitação da hanseníase, cirurgia e tratamento odontológico em pacientes com a doença.

Mais hansenologistas
Por fim, foi destacada a necessidade de mais profissionais para atuarem no diagnóstico precoce e no combate à hanseníase. Durante o congresso, a SBH e a Associação Médica Brasileira (AMB) certificaram 35 médicos para a atuação em hansenologia. O exame é realizado a cada três anos. Porém, em comemoração aos 70 anos da Sociedade, um novo exame será feito em 2018, em Palmas, no Tocantins, juntamente com a 15ª edição do congresso.


Fonte:
Sociedade Brasileira de Hansenologia