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Equipe de enfermagem pode realizar teste rápido de hanseníase, confirma Conselho Federal

Os profissionais de enfermagem estão técnica e legalmente habilitados para realizar testes rápidos de hanseníase, confirmou o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em parecer aprovado recentemente por unanimidade. O parecer, do conselheiro federal Vencelau Pantoja, responde à consulta do Ministério da Saúde sobre a aplicação dos exames, que estão em processo de implementação no Sistema Único de Saúde (SUS).

A equipe de enfermagem já atua na execução de testes rápidos de sífilis, HIV e hepatites virais. Para o conselheiro relator, a incorporação dos testes de hanseníase “é totalmente justificável quando se observa o cenário epidemiológico”. O Brasil é o segundo país em prevalência de hanseníase, atrás apenas da Índia.

Os profissionais de nível médio – técnicos e auxiliares de enfermagem – estão habilitados para executar os testes rápidos, sob supervisão de enfermeiros. “A enfermagem representa mais da metade das equipes de saúde e tem papel fundamental na vigilância epidemiológica da hanseníase, inclusive na realização dos testes rápidos, que permitem um tratamento mais célere, contribuindo para conter a transmissão. Isto inclui, é claro, os profissionais de nível médio, que são a maioria nas equipes de enfermagem”, destacou o relator.

O técnico de enfermagem Jonas Bueno participou da reunião do plenário, compartilhando com os conselheiros a sua experiência com a busca ativa de contágios e detecção da doença junto ao Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). Bueno reforçou a importância da capacitação das equipes, em especial dos profissionais de nível médio.

Hanseníase tem cura

Com o tratamento adequado, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde, a hanseníase tem cura. A doença deixa de ser transmissível após o início do tratamento, mas ainda é marcada pela estigmatização. A legislação assegura aos pacientes o direito ao sigilo.

Entre os sinais e sintomas da hanseníase, estão: manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele, com mudanças na sensibilidade às dores térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo. O teste rápido, aplicado em qualquer local, funciona como triagem dos casos suspeitos.

Fonte: Conselho Federal de Enfermagem