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Emocionantes histórias são partilhadas durante encontro

Um passeio de menos de uma hora pelo terreno que abriga a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR) foi suficiente para o relato de muitas histórias que remetem a períodos de alegria e de superação. São passagens da trajetória de pessoas que viveram no Educandário Curitiba, que funcionava no local, em sua infância e adolescência.

Os momentos de recordações ocorreram durante a tradicional confraternização de fim de ano da instituição, que foi realizada nesse domingo, dia 4. As balas Kariné – feitas por eles com suco em pó e açúcar refinado –, o Kapilé – famoso suco de azedinha preparado pelos antigos moradores do local –, as caças a borboletas – sendo que as de asa azul valiam mais –, o lago onde nadavam. Foram muitas as lembranças que colocaram sorrisos nos rostos desses cidadãos.

Um deles é Carlos Rodrigues Berrio. Hoje com 57 anos, ele chegou ao educandário ainda bebê e viveu 17 anos no local. Nesse período, não viu seus pais – nem mesmo depois de sair da instituição. “Meus irmãos são essas pessoas”, disse, apontando para os colegas daquela época. “Elas são a minha família, aqui é a minha casa”, acrescentou Charles, como Carlos é conhecido entre todos.

O mesmo sentimento é compartilhado por Almiro Rosa, o Joca, 56 anos. “Vim para cá com nove meses e saí com 15 anos. Aqui, a gente aprontou, se divertiu, chorou”, pontuou. “A primeira vez que voltei para cá, somente passar pela rua e avistar a fachada foram suficientes para dar um flashback. Recapitulei tudo. Vivemos de tudo um pouco nesse local. O único empecilho foi, infelizmente, termos sido criados longe das nossas famílias. Mas o convívio entre nós era demais”, completou.

Entre uma história e outra, Charles avistou um frondoso pinheiro. Ao vê-lo, logo salientou o orgulho que tem da árvore e de como a salvou. “Esse pinheiro é uma relíquia. Certa vez, o Benedito se pendurou nele e o quebrou. Eu o arrumei. Cuidava do pinheiro todos os dias pela manhã. Até meio torto ele está ainda. Se eu pudesse, colocaria uma plaquinha na árvore e ela se chamaria Charles”, falou, entre risos.