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Em 26 de maio, a AEW-PR alerta para a importância do diagnóstico precoce da hanseníase

A data de 26 de maio é marcada no Paraná pelo Dia Estadual para Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase. E a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR) alerta para a importância do diagnóstico precoce da doença, bem como do tratamento oportuno da enfermidade, o que evita sequelas e a incapacidades físicas.

A hanseníase é uma enfermidade causada pela infecção de uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. A doença atinge a pele e os nervos periféricos. Dentre os sinais e sintomas estão o aparecimento de manchas assintomáticas na pele e alteração nas extremidades, como mãos e pés, podendo apresentar amortecimento, formigamento e, às vezes, até mesmo a paralisia dos membros acometidos.

“A hanseníase é uma doença muitas vezes silenciosa, que as pessoas não percebem, mas que tem cura”, destaca a dermatologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, Priscila Rebellato. “O tratamento é simples, feito com três remédios, de forma supervisionada e com acompanhamento médico”, acrescenta.

Segundo a médica, o diagnóstico da hanseníase é feito por meio de um exame minucioso da pele, em que se buscam áreas de manchas com alteração da sensibilidade. “Além disso, é feita uma pesquisa nas lesões, com raspagem de algumas áreas específicas da pele, para detectar a presença da bactéria”, completa.

A dermatologista também ressalta que a hanseníase é uma doença contagiosa, transmitida pelas vias aéreas e também pelas áreas da pele com ferida. Porém, afirma Priscila, a enfermidade só é transmitida com um contato prolongado e íntimo. “Não é preciso isolar a pessoa doente, por exemplo. A transmissão também não é possível por meio de contatos breves, como apertos de mãos ou abraços”, esclarece.

Por fim, a especialista salienta: “se você desconfiar que tem uma lesão de pele amortecida ou alguma alteração de sensibilidade nas mãos, nos pés ou nos dedos, é importante consultar um dermatologista para poder fazer o exame para detectar se está com hanseníase ou não. O tratamento, então, deve ser feito de forma correta, no tempo correto. Se isso for feito, a doença é totalmente curável”.

A hanseníase no Paraná
Somente em 2018, o Brasil registrou 33.904 novos casos de hanseníase, de acordo com os dados preliminares do Ministério da Saúde. Já os números da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostram que o Paraná teve 561 novos casos da doença em 2017. As informações preliminares do órgão apontam para a notificação de 236 novos casos somente no primeiro semestre de 2018, sendo cinco deles em pacientes com menos de 15 anos – o que demonstra a transmissão ativa da enfermidade, com a criança ou o adolescente provavelmente exposto a doentes multibacilares sem tratamento.

Ainda segundo as informações da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase, da secretaria estadual, dos novos casos avaliados no momento do diagnóstico no primeiro semestre de 2018, 15% estavam com grau 2 de incapacidade física – que reflete o diagnóstico tardio da doença –, uma proporção superior à encontrada no mesmo período de 2017 (10,5%). Para os técnicos da Sesa, os esforços de combate à enfermidade precisam ser ampliados para que os pacientes sejam beneficiados com o acompanhamento adequado de seus casos nos serviços de saúde.

Com informações do Hospital Pequeno Príncipe