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Drauzio Varella tira dúvidas sobre hanseníase, uma doença marcada pelo preconceito

A hanseníase é uma doença ainda cercada por preconceitos antigos de quem não sabe o que é a enfermidade. Hoje, há tratamento para a hanseníase – que é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – e a doença tem cura. O alerta foi feito pelo médico Drauzio Varella em matéria especial veiculada no último dia 8 no programa Fantástico, da Rede Globo. Clique aqui e assista à matéria na íntegra.

Segundo Varella, a hanseníase é causada por uma bactéria que atinge os nervos, principalmente das mãos e dos pés, e que provoca lesões na pele, com perda de sensibilidade, como se o local estivesse anestesiado. “Com o passar dos anos, os nervos sofrem danos mais graves, surgem deformidades e incapacidade física”, afirmou.

O médico esclareceu que quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais, o tratamento leva à cura definitiva. “A pessoa volta à vida normal, sem sequelas. É fundamental não desistir do tratamento. Ele demora, mas é eficaz se não for interrompido. Os medicamentos acabam com o ciclo de transmissão da doença. A primeira dose diminui de maneira importante a transmissão e na primeira semana a enfermidade não é mais transmitida”, pontuou.

Para Varella, o problema não é quem está tratando, mas quem não foi examinado. Por isso, a busca ativa por pacientes com a doença e que não estejam tratando a enfermidade é muito importante. “Caso você tenha um familiar com hanseníase, com quem você teve contato diário e íntimo, procure uma unidade básica de saúde para fazer uma avaliação. Não tenha medo”, aconselhou.

Não ao preconceito
Ao fim da reportagem, Drauzio Varella deixou um recado importante de combate ao preconceito que cerca a enfermidade. “É preciso acabar com o preconceito de isolar e afastar do convívio a pessoa com hanseníase. Primeiro porque começou o tratamento, não transmite mais. Segundo porque a bactéria só é transmitida pelo contato íntimo e prolongado, como dormir no mesmo quarto mal ventilado durante anos. Você pode pegar o mesmo ônibus, usar o mesmo banheiro, tocar nas lesões, fazer carinho. A bactéria não está na pele. E o mais importante: fugir dos doentes é desumanidade e ignorância da sua parte”, finalizou.

Com informações do programa “Fantástico”, da Rede Globo