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Ciclo de reuniões do comitê para eliminação de doenças socialmente determinadas é encerrado

A iniciativa da Casa Civil em propor a inclusão das secretarias executivas de cada ministério nas ações do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS) foi o destaque da última reunião, realizada no final de agosto, com o Ministério da Igualdade Racial.

Segundo o diretor do Departamento de HIV/aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Draurio Barreira, a proposta da Casa Civil é “elevar o nível de participação do Comitê, fomentando a presença do CIEDDS nos ministérios”.

Durante o mês de agosto, o comitê realizou encontros também com os ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania; Desenvolvimento Social da Família e Combate à Fome; da Justiça e Segurança Pública; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Educação; dos Povos Indígenas; e da Integração e Desenvolvimento Regional.

Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo permanecerá em atividade até janeiro de 2030. A meta é eliminar doenças como problema de saúde pública, incluindo doença de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma, filariose, esquistossomose, oncocercose e geo-helmintíases.

“Fechamos o ciclo de reuniões com todos os ministérios envolvidos. Houve receptividade em todas as áreas, com muitas propostas e perspectivas de trabalho conjunto”, disse Barreira.

Do Ministério da Saúde, participaram representantes das secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente; de Atenção Primária; de Saúde Indígena; de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde; de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; e de Atenção Especializada. Também estiveram presentes representantes da sociedade civil que atuam no enfrentamento à aids, hanseníase, tuberculose, hepatites, doença de Chagas e HTLV.

CIEDDS

De forma inédita, nove ministérios se reuniram para elaborar estratégias de eliminação de doenças que acometem, de forma mais intensa, as populações de maior vulnerabilidade social. O Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente foi instalado no início do mês de junho.

Dados da pasta apontam que, entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. O plano de trabalho inicial inclui enfrentar 11 dessas enfermidades – como malária, esquistossomose, doença de Chagas e hepatites virais –, além da transmissão vertical da sífilis, da hepatite B e do HIV. Essa estratégia está prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).

A meta é que a maioria dessas doenças sejam eliminadas como problema de saúde pública, como a doença de Chagas, a malária, as hepatites virais, o tracoma, a filariose, a esquistossomose, a oncocercose e as geo-helmintíases. Para outras enfermidades, como tuberculose e hanseníase, o objetivo é atingir as metas operacionais de redução e controle propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até 2030. Já para o HIV, a sífilis e a hepatite B, a meta é eliminar a transmissão vertical, ou seja, quando o vírus ou a doença é passado de mãe para filho.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu que a iniciativa é uma ação abraçada por todo o governo federal e, também, uma importante relação entre governo e sociedade civil. “Não é possível pensar o Ministério da Saúde sem abrir essa grande angular, para que nela possa caber um país com tantas desigualdades, mas também com tantas potências, como é o Brasil. Por isso, estamos todos juntos. Essa agenda significa a possibilidade de eliminar doenças como problema de saúde pública, algumas, inclusive, históricas. Esse comitê busca reduzir as desigualdades, para que tenhamos, efetivamente, saúde para todos”, ressaltou.

A instalação do CIEDDS é parte da premissa de que garantir o acesso apenas ao tratamento em saúde não é suficiente para atingir essas metas. É preciso propor políticas públicas intersetoriais que sejam voltadas para a equidade em saúde e para a redução das desigualdades sociais, fator diretamente ligado às causas do problema.

Fonte: Ministério da Saúde