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Dia Mundial de Combate à Hanseníase: falta de informação e subdiagnóstico permitem a evolução da doença

Um alerta importante neste domingo, 26 de janeiro, data dedicada à prevenção por conta do Dia Mundial de Combate à Hanseníase. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente o Brasil concentra mais de 90% dos casos da doença na América Latina.  O país é o segundo no mundo e perde apenas para a Índia.

A médica dermatologista Nádia Almeida, que atua no Hospital Pequeno Príncipe.

Em pleno Janeiro Roxo, mês dedicado ao alerta contra a hanseníase, é importante uma reflexão de toda a sociedade sobre o tema. “O que percebemos é uma falta de informação e formação sobre essa enfermidade. Mesmo que exista há séculos, a doença ainda é subdiagnosticada”, explica a médica dermatologista Nádia Almeida, que atua no Hospital Pequeno Príncipe.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. De acordo com a OMS, o Brasil registra 30 mil novos casos da doença todos os anos. “É uma enfermidade desafiadora, pois a pessoa tem que lidar com a incapacidade física e também com muito preconceito”, aponta a profissional.

A transmissão da hanseníase ocorre pelas vias respiratórias (secreção nasal, tosse, espirro, gotícula de saliva). O contágio intradomiciliar é mais frequente (entre os membros da família e devido ao contato prolongado). “Por conta dessa proximidade, as crianças também podem ser contaminadas, mas as manifestações clínicas demoram para surgir”, observa a dermatologista.

Entre os possíveis sinas e sintomas, destacam-se dormência, formigamentos e queimações localizadas, acompanhadas pelo surgimento de manchas na pele e perda de sensibilidade local. “Alguns cuidados podem preveni-la, como, por exemplo, manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e ter uma condição de higiene adequada. Novos casos da enfermidade surgem, geralmente, em pessoas que têm contato direto com um doente. Por isso é importante o exame periódico de contatos familiares dos pacientes. A partir do momento que o doente começa o tratamento, ele deixa de ser transmissor da doença”, reitera a médica.

O diagnóstico da doença é clínico, detectado por meio do exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. “Quanto antes for identificada, maior é a chance de não haver nenhum comprometimento nos membros do corpo e de evitar a transmissão para um maior número de pessoas. O tratamento se dá com o uso de medicamentos específicos, no período de seis meses a um ano, disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz a especialista.