Pacientes com hanseníase paucibacilar, uma forma menos agressiva da doença, passam a contar com novo tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). A clofazimina, medicamento que compõe o esquema terapêutico para tratamento da hanseníase, será fornecida também para pessoas acometidas pela doença na forma paucibacilar. O medicamento passou a ser ofertado neste mês para esse grupo.
Com a ampliação do uso da clofazimina aos pacientes paucibacilares, o diagnóstico entre hanseníase multibacilar e paucibacilar será mais preciso, já que o tratamento se torna unificado, recebendo uma nova denominação: poliquimioterapia única da hanseníase (PQT-U). Até então, o processo terapêutico composto pela associação dos medicamentos rifampicina, dapsona e clofazimina era ofertado no SUS apenas para os pacientes multibacilares da hanseníase, o chamado tratamento poliquimioterápico (PQT).
“A hanseníase permanece como um importante problema de saúde pública. A ampliação do uso da clofazimina ao tratamento dos pacientes paucibacilares é mais uma conquista para o enfrentamento da doença no Brasil”, destaca o diretor do Departamento das Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Gerson Pereira.
O tratamento foi incorporado ao SUS após recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), com base em análise de evidências científicas disponíveis sobre a eficácia, a efetividade e a segurança relacionadas ao uso da clofazimina para pacientes com hanseníase paucibacilar. Os medicamentos são fornecidos ao SUS pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que atende à demanda brasileira de poliquimioterapia para todos os casos de hanseníase.
Sobre a hanseníase
Manchas avermelhadas na pele, falta de sensibilidade e perda da força nos braços são importantes sinais de alerta. A hanseníase é uma doença crônica, transmissível e de notificação obrigatória em todo o território nacional. A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de todos os gêneros e idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.
O diagnóstico da hanseníase é essencialmente epidemiológico e clínico, para identificar manchas, lesões ou áreas da pele com alteração de sensibilidade ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e motoras. O tratamento dura entre seis e 12 meses e é ofertado de forma integral e gratuita no SUS.
Números
O Brasil é o segundo país no mundo em número de casos da doença, ficando atrás apenas da Índia. Entre 2010 e 2019, foram diagnosticados mais de 300 mil casos novos de hanseníase no Brasil, sendo 20,6 mil em menores de 15 anos. Atualmente, cerca de 29,8 mil pacientes estão em tratamento no SUS. O tratamento da hanseníase é realizado em âmbito ambulatorial, nas unidades básicas de saúde da Atenção Primária, serviços especializados, hospitais públicos e universitários.
Fonte: Ministério da Saúde