Pacientes em tratamento da hanseníase no Sistema Único de Saúde (SUS) já podem contar com o abastecimento regular de poliquimioterapia (PQT) multibacilar adulto (MBA). Após tratativas do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a entrega da doação do medicamento pela OPAS foi normalizada.

No ano passado, foram identificados desvios de qualidade nos lotes que estavam com entregas previstas para outubro. Os testes finais feitos no medicamento detectaram impurezas, impedindo o envio ao Brasil. Assim, foi necessária a produção de novas remessas. A estabilização do estoque irá assegurar a continuidade do tratamento de milhares de pacientes no país pelo SUS. A hanseníase, se não for tratada de forma correta, pode gerar sequelas.

Desde 1980, os medicamentos para hanseníase poliquimioterápicos e multibacilar adulto são doados ao Brasil pela OPAS. Essa doação é destinada a todos os países considerados endêmicos, por meio de ação humanitária da Fundação Novartis, fabricante do medicamento e responsável por disponibilizá-lo para a OMS.

O Ministério da Saúde vem tratando sobre a possibilidade da produção nacional de medicamentos para a hanseníase no país. No final de 2020, a pasta realizou audiência pública com produtores nacionais para viabilizar a produção da poliquimioterapia em território nacional. Os outros tratamentos da hanseníase oferecidos pelo SUS seguem regulares e as aquisições para este ano ocorrem normalmente.

Sobre a hanseníase e o tratamento pelo SUS
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. A doença tem cura, mas, se não tratada corretamente, pode deixar sequelas. A transmissão acontece pela convivência muito próxima e prolongada com o doente, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz. Tocar a pele do paciente não transmite a hanseníase.

Para o tratamento gratuito da hanseníase oferecido pelo SUS, o Ministério da Saúde oferta os seguintes esquemas terapêuticos: blister paucibacilar adulto e infantil (PBA e PBI), blister multibacilar adulto (MBA), esquemas substitutivos e medicamentos para o tratamento das reações hansênicas.

Fonte: Agência Saúde/Ministério da Saúde