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Reforço no compromisso na luta contra doenças em eliminação, como a hanseníase

Compromisso na luta contra doenças em eliminação

Crédito da foto: Peter Ilicciev/Fiocruz

Na última semana, uma equipe da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA) – liderada pela diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, Alda Maria da Cruz, e pelo coordenador-geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação, Ciro Gomes – esteve no Rio de Janeiro para uma série de visitas técnicas. O objetivo foi fortalecer a colaboração com laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com ênfase no estudo e controle da hanseníase, oncocercose e esquistossomose.

Durante a visita à Fiocruz, a equipe conheceu laboratórios de referência que desenvolvem pesquisas e diagnósticos nessas áreas, como o Ambulatório Souza Araújo – que oferece atendimento integral a pacientes com hanseníase – e o Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) – que oferece atendimento a pacientes e é parte do Serviço de Referência Nacional em Hanseníase, com uma equipe multiprofissional e estrutura para análises imunológicas e moleculares. Esta unidade assistencial foi recentemente avaliada pela Joint Commission International e pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação, tornando-se o primeiro centro brasileiro especializado em hanseníase a atuar alinhado aos padrões de excelência internacional.

As atividades também incluíram reuniões com a diretoria da Fiocruz para discutir projetos em andamento, como a LepVax, uma vacina inédita contra a hanseníase que está sendo testada no Brasil pelo IOC/Fiocruz. O Instituto Oswaldo Cruz foi escolhido por sua expertise em estudos sobre a doença e pela significativa contribuição científica em pesquisas a respeito da hanseníase.

Trata-se do primeiro ensaio clínico da vacina no país, autorizada para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro. O estudo contará com 54 voluntários saudáveis, com o objetivo de avaliar a segurança e a imunogenicidade da vacina em duas formulações. Os participantes serão divididos em grupos para receber a vacina ou um placebo, e o teste já foi aprovado pelo Comitê de Ética do IOC.

O ensaio clínico é patrocinado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e financiado pela American Leprosy Missions – que lidera o desenvolvimento da vacina desde 2002. O projeto também conta com recursos do Ministério da Saúde e do fundo japonês Global Health Innovative Technology Fund (GHIT Fund), tendo a Fundação de Saúde de Sasakawa como parceira.

Esta é uma primeira etapa do estudo e, se os resultados forem positivos, abre caminhos para outras etapas de pesquisa ainda necessárias até que a vacina seja futuramente incluída no calendário nacional de imunizações. O Brasil, que possui o segundo maior número de casos de hanseníase no mundo, registrou quase 245 mil novas infecções entre 2014 e 2023 – sendo 22.773 apenas em 2023.

No segundo dia da missão, a equipe realizou uma vista ao Laboratório de Malacologia e ao Laboratório de Esquistossomose Experimental, este último responsável pelos estudos com a vacina SM14. O imunizante é inédito contra a esquistossomose e recebe financiamento do Ministério da Saúde para estudos clínicos a serem iniciados em breve.

Por fim, os representantes da SVSA foram à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro para tratar de ações de vigilância e estratégias visando aumentar o diagnóstico e o tratamento da hanseníase no estado. “A visita foi fundamental para fortalecer a colaboração com a Fiocruz e avançar nas pesquisas e no controle de doenças como hanseníase, oncocercose e esquistossomose”, destacou Alda Maria.

Fonte: Ministério da Saúde