“No Brasil, cerca de 30 mil novos casos de hanseníase são detectados todos os anos. Esse número revela a dimensão do problema de saúde pública que a doença ainda representa. Ciente desse cenário, a Sociedade Brasileira de Dermatologia entende que prevenir e combater a hanseníase são desafios que dependem da ação contínua de todos: do poder público, dos pacientes, dermatologistas, médicos de outras especialidades e demais profissionais de saúde.”
Com essas palavras, o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mauro Enokihara, deu início à superlive organizada pela entidade em janeiro. O evento, que teve três horas de duração, foi uma das iniciativas organizadas pela entidade como forma de lembrar a passagem do Janeiro Roxo, mês dedicado à conscientização e ao enfrentamento da doença.
Janeiro Roxo – Na abertura do evento on-line, transmitido pelo canal da SBD em rede aberta, Mauro Enokihara destacou ainda a participação ativa dos associados e o empenho da atual diretoria da SBD na construção do Janeiro Roxo, primeira campanha coordenada pelo novo grupo gestor da entidade, que coordenará as ações no período de 2021 a 2022. O conteúdo foi gravado e está disponível no perfil da SBD no YouTube (clique aqui para assistir).
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Heitor de Sá Gonçalves, salientou também que nos próximos dois anos temas da dermatologia sanitária, assim como é o caso da hanseníase, serão enfatizados pela atual gestão. “Capitaneados por Mauro Enokihara, estaremos empenhados em dar visibilidade a problemas de saúde, com manifestações dermatológicas, ainda negligenciadas, sempre com o intuito de prover melhores condições de tratamento à população e destacar o papel central dos dermatologistas nesses atendimentos”, disse.
Esquema terapêutico – Sá Gonçalves deu início à série de explanações técnicas e científicas da superlive. Ele abordou o tema “Novos métodos diagnósticos para a hanseníase”. O especialista foi sucedido pelo assessor do Departamento de Hanseníase, Maurício Lisboa Nobre, que discorreu sobre “Evidências da poliquimioterapia (PQT)”, esquema terapêutico estabelecido como padrão de tratamento no Brasil.
A grade de apresentações técnicas contou também com a participação do coordenador do Departamento de Doenças Infecciosas, Egon Daxbacher, falando a respeito dos “Efeitos adversos da PQT”; e das assessoras do Departamento de Hanseníase, Maria Araci Andrade Pontes e Lucia Martins Diniz, discorrendo respectivamente sobre o “Tratamento com Esquema Uniforme de Multidrogas (UMDT)” e o “Quadro clínico dos estados reacionais”.
Estados reacionais – Na oportunidade, a coordenadora do Departamento de Hanseníase, Sandra Durães, ainda conduziu a sessão de comentários sobre “Tratamento dos estados reacionais”. Durante a sua palestra, a especialista também ressaltou o compromisso da SBD de promover eventos com alto padrão científico, elaborados para fornecer aos espectadores as informações mais atualizadas segundo as evidências da literatura médica.
Coube à professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), Maria Leide Wand del Rey de Oliveira, encerrar as palestras individuais, fornecendo ponderações técnicas sobre os “Prós e contras da quimioprofilaxia”. Ao final das apresentações, os experts da superlive da Sociedade Brasileira de Dermatologia responderam ainda uma série de questões encaminhadas pelo público. Entre elas estavam a baciloscopia no acompanhamento após a alta do paciente; a análise de exames diagnósticos após medicação; a inclusão de insumos nos protocolos do Ministério da Saúde; e o tratamento indicado para estados reacionais, entre outros assuntos.