Para reforçar a conscientização de toda população no Janeiro Roxo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou a campanha “A hanseníase é negligenciada, mas a sua saúde não!” (clique aqui e visite o site oficial da ação). Durante este mês, os dermatologistas brasileiros, em apoio à tradicional mobilização do Ministério da Saúde, farão circular entre médicos, pacientes e outros profissionais da saúde informações de utilidade pública preparadas por especialistas da entidade.
Entre os tópicos abordados estão a descrição de sinais e sintomas da hanseníase e orientações sobre onde buscar diagnóstico e iniciar o tratamento. Também será abordada a necessidade de se eliminar o estigma e o preconceito contra as pessoas com a doença. “Situação negligenciada é aquela que é alvo de desatenção, desconsideração, displicência, descaso, indiferença, menosprezo. Infelizmente, apesar da detecção de 30 mil novos casos da doença a cada ano, a hanseníase ainda é considerada assim: uma doença negligenciada”, pontuou o presidente da SBD, Mauro Enokihara.
Ao alertar a população sobre o assunto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia pretende assegurar a todos o acesso a informações que ajudem o país a sair do segundo lugar mundial em número de casos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Outra preocupação da SBD é com o preconceito. “Combater o estigma é salvar vidas. Por isso, queremos auxiliar a sociedade a compreender essa doença. Desfazer mitos e fazer prevalecer a verdade sobre a hanseníase são as principais formas de ajudar profissionais da área de saúde, familiares, amigos e principalmente aqueles que buscam por tratamento”, ressaltou o vice-presidente, Heitor Gonçalves.
A campanha da SBD também chama a atenção para um outro ponto importante: no Brasil, o tratamento para a hanseníase é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes podem se tratar em casa, com supervisão periódica nas unidades básicas de saúde. De acordo com Sandra Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia, trata-se de uma doença infecciosa que pode levar a incapacidades físicas, mas o tratamento precoce promove a cura.
De acordo com a especialista, a hanseníase é transmitida por meio do contato próximo e prolongado com pessoas que tenham a doença e não estejam em tratamento. Por isso, familiares, amigos e colegas de trabalho de pessoas com hanseníase também devem ser avaliadas por médicos. “A prevenção consiste no diagnóstico e tratamento precoces, o que ajuda a evitar a transmissão e o consequente surgimento de novos casos”, lembra Sandra Durães. “Precisamos frisar: hanseníase tem cura e quanto antes o tratamento for iniciado, menor o risco de sequelas”, complementa.