Uma nova publicação com histórias de sucesso e inovação no combate a doenças infecciosas negligenciadas apresenta as melhores práticas nos países das Américas para controlar e eliminar 11 enfermidades, como a hanseníase. No material – disponível em inglês e espanhol – é falado sobre moléstias que afetam principalmente as pessoas que vivem em situação de extrema pobreza, grupos indígenas, comunidades rurais e áreas urbanas marginalizadas de grandes cidades.
O livro publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) descreve esforços eficazes para eliminar a transmissão de doenças como oncocercose, filariose linfática, doença de Chagas e tracoma. “As iniciativas coletadas neste documento servem como exemplo para outras regiões”, afirmou o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análises de Saúde da Opas/OMS, Marcos Espinal.
As 11 doenças são consideradas negligenciadas por estarem associadas à pobreza e marginalização e, também, porque historicamente não têm recebido atenção suficiente por parte dos governos. Caso não sejam detectadas e tratadas em tempo oportuno, essas enfermidades podem apresentar efeitos irreversíveis nas pessoas infectadas. Algumas delas podem causar deficiências em longo prazo, que afetam as perspectivas de emprego dos indivíduos, perpetuando, assim, o ciclo de pobreza.
De acordo com a publicação, mais de 33 mil novos casos de hanseníase e 51 mil casos de leishmaniose cutânea são notificados nas Américas a cada ano. Além disso, 70 milhões de pessoas na região correm risco de contrair a doença de Chagas, 25 milhões sofrem de esquistossomose e 12,6 milhões têm filariose linfática.
Fatores determinantes
Pobreza e outros fatores sociais são os principais determinantes das doenças infecciosas negligenciadas. Habitações em más condições, por exemplo, facilitam a entrada de mosquitos e outros insetos vetores em casas e, também, a transmissão de doenças como a malária, Chagas e leishmaniose. A falta de água potável e saneamento básico também favorecem a propagação de enfermidades parasitárias, como esquistossomose e fasciolose.
Para controlar e eventualmente eliminar essas doenças nas Américas, a Opas/OMS promove e apoia diversas estratégias, como a distribuição em massa de antiparasitários e outros medicamentos, controle de vetores integrado e educação em saúde nas comunidades. A instituição tem facilitado o acesso dos países a medicamentos doados para o controle ou eliminação de oito doenças infecciosas negligenciadas por meio da OMS, outros parceiros e indústria farmacêutica.
Fonte: Blog da Saúde