O papa Francisco recebeu nesta semana, após a audiência geral, os brasileiros Francisco Valdenora e Faustino Rodrigues, dois jovens que se curaram de hanseníase, antigamente denominada como lepra. “Melhor dizer que vocês se curaram do mal de Hansen, porque a linguagem é importante. Leproso é uma palavra que exprime marginalização, discriminação e prejuízo”, disse o pontífice na quarta-feira, dia 17.
Nesta quinta-feira, dia 18, Valdenora e Rodrigues também participaram de uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, onde falaram sobre o tema. Diretores do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) estavam junto com os dois jovens. A instituição auxilia, desde 1981, as pessoas que sofrem da doença e tem parceria com os Frades Menores, uma das ordens franciscanas.
“Estamos na luta contra essa terrível doença, que é totalmente curável. Mas vemos cada vez mais aumentar o número de pessoas atingidas por ela”, afirmou o diretor nacional do grupo, Thiago Flores. “Foi impressionante a simplicidade e a disponibilidade do papa em falar com todos do grupo. Acreditamos que esse encontro vai reforçar as parcerias com a igreja no Brasil e no mundo no combate à hanseníase e contra a discriminação e o preconceito”, completou.
O grupo deu de presente ao papa Francisco uma pequena estátua confeccionada em madeira e que mostra o abraço de São Francisco a um portador de hanseníase.
Hanseníase x lepra
Há algum tempo, vem se buscando a substituição do termo lepra por hanseníase, quando é abordada a doença infectocontagiosa. No Brasil, no Japão e em Cuba, a palavra já foi trocada por hanseníase ou mal de Hansen, nome do cientista que descobriu a cura da enfermidade. Na acepção real, lepros, em grego, não quer dizer nada além de manchas na pele.
Desde 2013, no último Congresso Mundial de Leprologia, ocorrido na Bélgica, a comunidade acadêmica recomendou a utilização da palavra hanseníase, no lugar da terminologia anterior. Em alguns países europeus, entretanto, o termo ainda é empregado.
Desde a década de 1980, a hanseníase passou a ter cura. O tratamento é oferecido gratuitamente nos postos de saúde, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com informações do Jornal do Brasil e do Estado de Minas