A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) formulou um conjunto de recomendações para auxiliar pacientes em condições especiais de saúde no manejo de seus tratamentos durante a pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19). A entidade mobilizou seus especialistas para compilar informações acerca de um possível impacto do coronavírus e da doença causada por ele em protocolos clínicos de pessoas que têm problemas de saúde como acne, lúpus e hanseníase, bem como transtornos inflamatórios imunomediados.
“Nesse momento, é essencial ter informação correta e orientações claras”, afirma o presidente da SBD, Sérgio Palma. “Para esses pacientes, isso é ainda mais importante e é nossa tarefa disponibilizar todo o apoio possível para que passem por esse período com mais segurança”, acrescenta. Com essa preocupação, a Sociedade publicou três documentos aqui no seu site, que podem ser consultados a qualquer momento.
Baseadas em artigos científicos e outras evidências relacionadas ao coronavírus, as recomendações aos pacientes com hanseníase incluem a obediência aos cuidados preconizados pelos órgãos sanitários e de saúde, especialmente pelo Ministério da Saúde. No entendimento da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é fundamental que seja mantida a ingestão da dose mensal de poliquimioterapia (PQT), supervisionada por profissional de saúde, conforme norma nacional em vigor.
No caso de pacientes do grupo de risco para o coronavírus – como idosos acima de 60 anos, pneumopatas e diabéticos, entre outros –, a SBD aceita que seja criada uma alternativa de administração do medicamento para evitar que eles sejam expostos ao risco de contágio do COVID-19 no momento de se deslocar até o serviço de saúde para receber a dose supervisionada.
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Em outro documento, a Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta profissionais da saúde e pacientes com doenças inflamatórias imunomediadas reumatológicas, dermatológicas e gastrointestinais. O texto fornece orientações para o momento atual, sendo que elas podem sofrer alterações frequentes, mediante mudanças nas diretrizes do Ministério da Saúde e de outros órgãos, bem como à luz de novos conhecimentos científicos que estão sendo publicados diariamente sobre o COVID-19.
A entidade reitera a recomendação dos órgãos públicos quanto ao maior rigor na higiene das mãos e isolamento social como vetores de prevenção ao contágio da doença. No trabalho divulgado, a Sociedade tranquiliza os que estão em tratamento. Segundo o relatório publicado, na literatura científica, até o momento, não existem informações suficientes sobre o efeito do uso dessas medicações em uma possível infecção pelo COVID-19.
Deste modo, todo paciente em uso de imunossupressores deve ser orientado a entrar em contato com seu médico assistente, caso apresente sintomas como tosse persistente, febre e dispneia, a fim de receber orientações sobre como proceder em relação às medicações. A SBD destaca que pacientes em uso de imunossupressores, de maneira geral, são considerados de alto risco, sendo que mediante comprovação de infecção, essas medicações devem ser interrompidas temporariamente, como habitualmente já é conduta nos quadros infeciosos.
Na sequência, assim que os sintomas da doença desaparecerem, a medicação deve ser reiniciada. A Sociedade enfatiza que essas medidas devem sempre ser discutidas individualmente, sendo que o especialista que acompanha o caso vai considerar o risco de atividade da doença e do quadro infeccioso.
A entidade alerta que esses pacientes devem manter contato sistemático com seus médicos. Se houver a manifestação de algum dos sintomas da infecção, devem procurar atendimento no menor espaço de tempo possível. A SBD também sugere que sejam evitadas viagens, especialmente para as localidades onde esteja confirmada a transmissão da doença.
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A Sociedade Brasileira de Dermatologia também preparou uma orientação especial para pacientes em tratamento contra acne com isotretinoína oral. Para isso, a entidade mobilizou a ajuda de especialistas e pesquisadores no assunto. “Buscamos as melhores fontes de conhecimento técnico e experiência clínica, de forma a prestar o melhor serviço possível à população”, comenta Palma.
No documento, a SBD alerta que a isotretinoína oral é uma medicação utilizada há 40 anos no tratamento de acne grave nódulo cística e de acne vulgar moderada resistente a tratamentos habituais e que sua prescrição é feita mediante criteriosas avaliações individual, clínica e laboratorial, em um tratamento em que o acompanhamento médico é permanente.
Após avaliar estudos publicados nos mais importantes periódicos da especialidade, a Sociedade Brasileira de Dermatologia informa que não foi identificada relação de uso da isotretinoína em pacientes com acne e riscos de infecção ou de alteração na evolução do microrganismo causador do COVID-19.
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