Na primeira passagem pelo Sul do país, a Carreta da Saúde trouxe nesta semana a Curitiba e região metropolitana um alerta para a hanseníase. A presença do veículo na capital paranaense marca o início do 13º Congresso Brasileiro de Hansenologia, com programação entre os dias 21 e 25 de novembro.
Desde 2007, a carreta percorreu 17 estados brasileiros das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Curitiba é a primeira cidade do Sul a receber os médicos que orientam a população e fazem exames para diagnosticar a hanseníase. Em quatro dias de atendimento, cinco casos da doença foram identificados pela equipe, conta a médica dermatologista Helena Barbosa Lugão.
“O movimento foi abaixo do esperado e os casos que identificamos são de pessoas que realmente já tinham a suspeita da doença. Em outras cidades, costumamos ficar em locais mais centrais e movimentados”, avalia Helena, vinda de Ribeirão Preto (SP). O próximo destino da carreta é Palmas (TO).
Com a intenção de chamar a atenção das pessoas para a doença e para os exames feitos na Carreta da Saúde, a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR) e a banda Mandala Celta promoveram na tarde de quarta-feira (19) uma apresentação de música folk. “Música e cultura têm tudo a ver com saúde. A música traz alegria para as pessoas, assim como a saúde. Brincamos que queremos acompanhar a carreta pelo Brasil”, disse o músico Mateus Sokolowski.
O repertório montado com composições tradicionais irlandesas e canções folclóricas de diversas partes do mundo – e executado pela banda com flautas, vielas de roda, bouzouki, bateria e baixo – animou o grupo que compareceu ao estacionamento da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
A doença
O Brasil é o segundo país do mundo em casos de hanseníase. Causada por um bacilo, a doença é contagiosa e infecciosa, evoluindo de acordo com o sistema imunológico do doente. Entre os sintomas estão sensação de formigamento nas extremidades, manchas brancas ou vermelhas pelo corpo, alteração de sensibilidade e diminuição da força muscular.
“A hanseníase é uma doença que tem cura. O tratamento é feito por poliquimioterapia [PQT], que reúne vários antibióticos que são administrados simultaneamente”, explica o médico Hamilton Leite Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Hansenologia.