O Paraná lembra em 26 de maio o Dia Estadual para Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase. E nesta data, a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR) reforça a importância do diagnóstico precoce da doença, o que evita deformidades físicas associadas a ela. A instituição também destaca que a enfermidade tem cura e que o tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por um micro-organismo denominado Mycobacterium leprae. A bactéria ataca os nervos superficiais do corpo e pode causar perda de sensibilidade, formigamento, dormência e fraqueza. Se a enfermidade não for diagnosticada precocemente e tratada em tempo oportuno, pode levar a sequelas, como as mãos e os pés retorcidos.
A transmissão da hanseníase acontece somente a partir de um contato íntimo e prolongado, geralmente dentro de casa. Mas com o início do tratamento – feito com o uso de medicamentos –, a pessoa não transmite mais a doença. Especialistas na enfermidade destacam que quanto mais casos forem diagnosticados e tratados, maior será a possibilidade de quebrar a cadeia de transmissão da moléstia.
A hanseníase no Brasil
No Brasil, a hanseníase é considerada um problema de saúde pública. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que 24.209 casos novos da doença foram registrados no país em 2017, sendo 1.542 em meninos e meninas menores de 15 anos. Dois Estados são considerados hiperendêmicos para a doença – Mato Grosso e Tocantins – e outros seis apresentam parâmetro muito alto – Maranhão, Piauí, Pará, Rondônia, Roraima e Pernambuco.
A análise dos dados de 2012 a 2016 mostra que os homens com 60 anos ou mais apresentam taxa média de detecção cerca de oito vezes maior do que a população masculina com menos de 15 anos. Em relação à taxa média de detecção de casos novos com grau 2 de incapacidade, essa foi maior na população masculina, principalmente em idosos.
Segundo o Ministério da Saúde, em dez anos, o número de casos de hanseníase caiu 37% no Brasil. Mas apesar da taxa de detecção da doença estar em queda, o exame de contatos dos casos novos diagnosticados ainda não alcança 80%. Os dados do governo federal mostram que, em 2017, 77,4% das pessoas que convivem ou conviveram com cidadãos diagnosticados com a enfermidade foram examinadas.
Identificou, tratou, curou
O Ministério da Saúde tem investido em iniciativas que visam o diagnóstico precoce e a interrupção da cadeia de transmissão da hanseníase, como na capacitação de profissionais da área de saúde – com foco em vigilância, diagnóstico e acompanhamento da doença na Atenção Básica – e no estímulo à busca ativa de casos.
Por meio da Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses, Tracoma e Esquistossomose, por exemplo, 22 milhões de estudantes receberam a ficha de autoimagem em cinco edições da iniciativa e 1.674 casos novos da enfermidade foram diagnosticados. Em 2018, foi lançada uma campanha publicitária com o slogan “Hanseníase: identificou, tratou, curou”, com foco na busca ativa de casos pelos profissionais de saúde, identificação da doença e encaminhamento dos pacientes para o tratamento.