No Brasil, a cada seis minutos acontece um caso de violência contra crianças e adolescentes. Em 2017, o Disque 100 registrou mais de 1.700 denúncias de casos de violência sexual, física e psicológica, entre outros, ocorridos no Paraná. Somente no Hospital Pequeno Príncipe – que é referência no atendimento de situações de violência em Curitiba –, foram atendidos, no último ano, 607 meninos e meninas por suspeita de violência. Mas a união e o comprometimento com esta causa podem mudar esse triste cenário atual.
Neste 18 de maio, Dia Nacional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes, reforça-se a importância do cuidado e da proteção de meninos e meninas por parte de toda a sociedade, bem como da denúncia da suspeita de maus-tratos. E por mais um ano, a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR) apoia a Campanha Pra Toda Vida – A violência não pode marcar o futuro das crianças e adolescentes, realizada há 12 anos pelo Pequeno Príncipe.
O mote da iniciativa para este ano é “Não fique em silêncio diante deste problema. Junte-se a nós, denuncie e amplie essa rede de proteção”. A meta é reforçar a ideia de que o cuidado e a proteção das crianças e dos adolescentes são de responsabilidade de toda a sociedade, e que por meio de uma atuação conjunta é possível transformar a vida de cada um deles. Para isso, foram elaborados diversos materiais, como fôlderes, cartazes, hotsite, e-mail marketing e posts para redes sociais, como Facebook e Instagram.
Proteger as crianças é responsabilidade de todos
A maioria das suspeitas de violência atendidas no Hospital Pequeno Príncipe em 2017, 317 delas, era relacionada a abuso sexual. A própria casa da criança foi apontada como o local em que mais acontecem esses abusos, maus-tratos e negligências: 244 casos. E em 72% das vezes, a violência foi praticada por alguém da própria família. Do total de atendimentos, 66,4% eram meninas e 30% das crianças tinham até dois anos de idade. Em 28,8% dos casos, não era a primeira vez que o paciente sofria violência e 142 crianças precisaram de internamento hospitalar.
“Muitas vezes, quem vitimiza é quem deveria cuidar dessas crianças. São pessoas conhecidas dela e da família. Por isso, todos os cidadãos – como professores, cuidadores e vizinhos – são responsáveis por zelar e denunciar qualquer suspeita”, ressalta a psicóloga responsável pelos atendimentos no Hospital, Daniela Prestes. Como diversas das crianças não sabem se comunicar verbalmente pela pouca idade, é extremamente importante que quem conviva com elas perceba mudanças de comportamento, marcas pelo corpo ou indícios de que o menino ou a menina está sofrendo algum tipo de agressão. “Muita gente acha que os pais são ‘donos’ da criança. Mas isso não é verdade. É responsabilidade de toda a sociedade proteger essas crianças”, completa.
Com informações do Hospital Pequeno Príncipe