A hanseníase é considerada uma doença de saúde pública no Brasil. Historicamente, o país fica atrás apenas da Índia em relação ao número de casos diagnosticados no mundo. Para trazer mais luz à doença – conscientizando a respeito dela e abordando a necessidade de acabar com o estigma e o preconceito que pessoas afetadas pela enfermidade ainda sofrem –, é lembrado no Paraná, em 26 de maio, o Dia Estadual para Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase. E nessa data, a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR) lembra que a doença tem cura e que o tratamento está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Os principais sinais e sintomas da hanseníase são as lesões na pele, que são os caroços e as manchas. Essas manchas normalmente são brancas e amortecidas, com falta de sensibilidade à dor e ao calor. Às vezes, as pessoas com a doença se queimam, queimaduras leves, ou se cortam e não percebem. Os caroços, por sua vez, podem aparecer em qualquer lugar do corpo, como nos braços, nas pernas e nas costas, e não apresentam nenhum sintoma, não coçam e nem doem”, explicou a médica Nadia Almeida, responsável pelo Serviço de Dermatologia do Hospital Pequeno Príncipe, instituição parceira da AEW-PR, em matéria publicada no início do ano no site da Associação.
Apesar de ter cura, os pacientes com hanseníase enfrentam o desafio de conviver com o estigma e o preconceito que ainda rondam a doença. Para combater isso, afirmou a dermatologista, o caminho é a conscientização da população. Além disso, Nadia reforçou que o apoio ao paciente deve começar em casa. “Muitas vezes, a pessoa com a doença convive o tempo todo com a família, mas a partir do momento em que ela tem o diagnóstico os familiares se afastam. Porém, é nessa hora que a família precisa ficar junto. Primeiramente, para dar apoio ao paciente. Até porque, uma vez que ele iniciou o tratamento, não está mais transmitindo a enfermidade”, ponderou.
Causas e tratamento
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e é uma doença infeciosa, transmissível e de evolução crônica, que atinge principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. A infecção pode causar lesões neurais e danos irreversíveis. Por isso, estar atento aos seus sinais e sintomas é fundamental para o diagnóstico da enfermidade em seu estágio inicial. O diagnóstico é clínico e pode ser realizado, por exemplo, em unidades básicas de saúde, nas quais também é oferecido o tratamento gratuito. Há, ainda, exames capazes de contribuir para que o diagnóstico seja feito, como a baciloscopia e a biópsia de pele.