O Ministério da Saúde – por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília, da Secretaria Executiva do Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e da Secretaria de Vigilância à Saúde (SVS/MS) – lançou recentemente uma nova oferta do curso on-line “Hanseníase na Atenção Básica”. O ciclo de matrículas segue até 28 de junho de 2019.
Os alunos desta 9ª turma poderão finalizar o curso até 4 de agosto de 2019. A capacitação tem como objetivo preparar profissionais de saúde para atuarem no controle da transmissão da hanseníase e diminuir as incapacidades causadas pela doença. O público-alvo são os profissionais da saúde de todo o país, especialmente os que atuam na Atenção Básica – contudo, o curso é livre para demais interessados.
Para saber mais e fazer a sua matrícula, clique aqui. O início é imediato e, como em todas as ofertas da UNA-SUS, é totalmente gratuito.
Sobre o curso
Produzida pela UNA-SUS, a formação possui carga horária de 45 horas, certificação emitida pela Escola Fiocruz de Governo e é dividida em três unidades: Vigilância, Diagnóstico e Acompanhamento da Hanseníase na Atenção Básica. Os casos clínicos são transversais, abrangendo e integrando os aspectos de controle da doença.
Lançado em outubro de 2014, com oito turmas já ofertadas, o curso teve mais de 100,7 mil matrículas. Entre os perfis profissionais que mais buscam a capacitação, 32,68% são enfermeiros; 31% são técnicos de enfermagem; e 8,95%, médicos. A maioria dos inscritos atua em Centros e Unidades Básicas de Saúde (48,86%); Hospitais Gerais (21,48%); Posto de Saúde (5,08%); e secretarias de Saúde (3,81%). Os estados com maior número de matrículas são: São Paulo (9.387); Ceará (7.689); Minas Gerais (7.572); e Bahia (6.367).
O curso é dinâmico e utiliza metodologia diversificada. Além dos casos clínicos, que simulam situações comuns no cotidiano das unidades de saúde, são oferecidas vídeo-aulas com explicações de especialistas e vídeos de apoio com dramatizações que tratam do tema. São também utilizados hipertextos, caixas de ajuda e glossário para que se possa aprofundar os conhecimentos de termos técnicos.
Luta contra hanseníase
O Ministério da Saúde promove anualmente a Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase junto aos estados, municípios, instituições parceiras, movimentos sociais e sociedade civil. Esta ação – que se estende aos outros meses do ano – tem como objetivo alertar sobre os sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde em caso de suspeita, mobilizar a busca ativa de casos novos e o exame dos contatos pelos profissionais de saúde, favorecendo, assim, o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção de incapacidades, bem como o enfrentamento do estigma e da discriminação.
Para o ano de 2019, com o slogan “Hanseníase. Identificou. Tratou. Curou”, a campanha objetiva alcançar toda a população, bem como profissionais de saúde. Ressalta-se que, excepcionalmente, para este ano serão veiculados a mesma arte gráfica e o mesmo slogan elaborados para a campanha realizada em 2018.
Nesse contexto, as áreas da Secretaria de Vigilância em Saúde (Coordenação-Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação), da Secretaria de Atenção à Saúde (Coordenação-Geral de Gestão da Atenção Básica) e da Secretaria Executiva da UNA-SUS unem esforços voltados à mobilização dos profissionais de saúde para a realização da capacitação a distância por meio do curso EAD, bem como para a adesão às ações propostas pela campanha. Assim, contribui para o avanço na redução da carga da doença no país.
A hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória, que possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo apresentar surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e preconceito que permeiam a enfermidade.
A transmissão se dá pelas vias aéreas superiores (tosse ou espirro), de uma pessoa doente sem tratamento para outra, após um período de contato prolongado e contínuo. Portanto, é prioridade o exame de familiares, amigos e colegas de trabalho, que convivem ou conviveram por um tempo prolongado com o caso de hanseníase antes do início do tratamento, como forma de diagnosticar precocemente, prevenir as incapacidades físicas e interromper a cadeia de transmissão da doença.
A hanseníase tem cura e seu tratamento é ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em unidades públicas de saúde de todo o país. É feito por via oral, com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antimicrobianos. Os medicamentos são seguros e eficazes. O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde. As demais doses são autoadministradas. Ainda no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.
Além da realização do exame dermatoneurológico e a avaliação neurológica simplificada, o paciente deve ser também orientado quanto às práticas simples do autocuidado com olhos, mãos e pés, que podem ser realizadas regularmente no seu domicílio e/ou em outros ambientes. O autocuidado melhora a qualidade de vida e autoestima da pessoa com hanseníase.