Um pinheiro plantado há mais de 20 anos; a macieira que já presenciou várias brincadeiras; o lago, onde era possível se refrescar; e o antigo teatro, que já foi palco de histórias de bang-bang, ato de Páscoa e até de Natal. Essas são algumas das lembranças vivenciadas pelos então meninos e meninas do antigo Educandário Curitiba, local de moradia para filhos de pessoas com hanseníase, que hoje já são pais, mães e avós. Eles se reuniram nesse domingo, dia 10, na Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR), para um almoço de celebração das conquistas e desafios vencidos em mais um ano que termina.
Carlos Rodrigues Derrio, ex-morador do educandário – que funcionava no espaço onde hoje está localizada a Associação –, lembra que quando tinha sete anos, recuperou um pequeno pinheiro. Hoje, aos 59, notou que a árvore acompanhou o seu crescimento. “Eu me sinto como um pai deste pinheiro, dá até emoção olhar ele grande assim. Essa terra é a minha raiz, eu cresci aqui. Nós fomos humilhados, mas ao mesmo tempo nos uníamos e ficávamos alegres”, contou.
O ex-policial João Maria da Silveira era segurança do educandário e comentou que o local foi a sua faculdade da vida. “Eu aprendi muito com as crianças. Protegia e aconselhava aqueles meninos. Muitos nunca mais viram os pais, então eu lhes dava carinho. Preenchia um vazio na vida deles, e eles o vazio da minha”, disse.
Depois de visitarem o local onde cresceram, as famílias e crianças receberam panetones, camisetas e brinquedos, além de desejos de um 2019 cheio de saúde, paz e esperança. “É uma alegria ver vocês e seus familiares nesse momento de reencontro. Tenho algumas frases que levo sempre comigo, elas são: sinto muito, me perdoe, te amo e sou grato. Com isso, tudo é possível. Desejo um Natal maravilhoso e um Ano Novo cheio de realizações”, concluiu a representante da parceria entre o Complexo Pequeno Príncipe e a AEW-PR, Ety Cristina Forte Carneiro.
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