Um simpósio realizado no início deste mês no Vaticano debateu a importância de erradicar os estigmas e preconceitos que ainda existem em relação à hanseníase. O evento – que reuniu 230 especialistas de 45 países – foi organizado pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agendes de Saúde e pela Fundação Nippon. O objetivo foi sensibilizar a opinião pública a respeito da doença na véspera do Jubileu dos Enfermos.
Durante o evento, foram trocadas experiências e formada uma rede que tem como meta responder a um tríplice desafio: reduzir os casos de hanseníase, assistir as pessoas com a enfermidade e suas famílias, e reintegrá-los na sociedade. Foi lembrado, por exemplo, que a doença atinge a cada ano cerca de 200 mil pessoas em todo o mundo, sendo a Índia e o Brasil os países com o maior número de casos. Mas que se a moléstia for diagnosticada precocemente e tratada com os medicamentos corretos, ela tem cura.
“A situação atual nos leva a estarmos alertas. Obviamente, a hanseníase é considerada, hoje, como uma endemia regional, mas isso é fonte de grande preocupação, porque se trata de pessoas, e não de números. São cada vez menos os cidadãos diagnosticados com a doença e isso nos dá a esperança de que esta enfermidade está recuando. Mas, apesar disso, a cada ano descobrimos centenas de milhares de pessoas que têm a moléstia, e estamos falando de vidas completamente destruídas”, ressaltou Dominique de La Rochefoucauld Montbel, da Ordem de Malta.
Preconceito
Desde a antiguidade, as pessoas com hanseníase eram marginalizadas, excluídas da sociedade, e conviviam com o preconceito. Infelizmente, essas discriminações ainda existem nos tempos atuais e são difíceis de combater. “Para muitos que são afetados pela doença, o estigma moral e as práticas de exclusão são parte de um legado que ainda não foi erradicado”, afirmou o cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.
Com informações da Rádio Vaticano