Os mais de 300 tipos de imunodeficiências primárias (IDPs) atingem cerca de seis milhões de pessoas em todo o mundo. Eles causam infecções de repetição graves que, se não tratadas, podem levar à morte já nos primeiros anos de vida, além de poder comprometer o bom desenvolvimento de crianças. Para levar mais informações sobre as IDPs aos colaboradores de seu corpo clínico, o Hospital Pequeno Príncipe promoveu na última segunda-feira, dia 18, palestras a respeito do tema. O evento – realizado em parceria com a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR) e voltado a médicos, enfermeiros, residentes e demais profissionais da instituição – marcou a Semana Mundial das Imunodeficiências Primárias.
As IDPs atingem um bebê a cada 8 mil nascidos vivos. Elas afetam o sistema imunológico, responsável pela defesa do corpo humano. Assim, um gene pode não funcionar de forma adequada, o que deixa o paciente propenso a infecções, doenças autoimunes e alguns tipos de câncer. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado proporcionam melhores condições de vida aos portadores de imunodeficiências primárias. Quanto mais cedo forem diagnosticadas, maiores são as chances de controle e de cura das enfermidades.
A primeira palestra – ministrada pela médica imunologista do Pequeno Príncipe, Carolina Prando – abordou quando suspeitar e como investigar as IDPs. Segundo a especialista, os casos de crianças que tiverem duas ou mais pneumonias no último ano, quatro ou mais infecções de ouvido no último ano, estomatites de repetição, infecções de pele ou de órgãos internos, e um episódio de infecção sistêmica grave (como meningite), por exemplo, devem ser observados com cuidado e investigados.
Já o tema da segunda palestra foi o transplante de medula óssea (TMO) em casos de imunodeficiências primárias. Quem falou sobre o assunto foi o médico Eurípides Ferreira, chefe da Unidade de TMO do Hospital. Ele destacou a importância do diagnóstico precoce para esse tipo de doença. “Quando a criança é submetida ao transplante antes de apresentar muitas infecções, o tratamento fica mais fácil e eficaz”, afirmou.
Disseminação do conhecimento
A parceria da Associação Eunice Weaver do Paraná com o Hospital Pequeno Príncipe na realização do evento está em sintonia com a linha de atuação da instituição. Com foco na proteção, na formação e na assistência de crianças, adolescentes, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade, a entidade trabalha para a promoção e o desenvolvimento de projetos em quatro grandes eixos, que são o fazer, o inovar, o disseminar e o influenciar. As ações desses pilares compreendem atividades de apoio à produção científica e cultural, e à articulação para a educação, a saúde, a cultura, a assistência e a mobilização social.
A AEW-PR promove anualmente atividades de educação, aperfeiçoamento e atualização, além de cursos e palestras a respeito de doenças infectocontagiosas. Ainda no campo da disseminação do conhecimento, a Associação também apoia, por exemplo, palestras e outras iniciativas de conscientização sobre diversas enfermidades.