No início de junho, o Ministério da Saúde realizou a Oficina Nacional das Pessoas Acometidas pela Hanseníase, para debater o enfrentamento ao estigma e à discriminação, além de sinais, sintomas e tratamento da doença. O evento, que ocorreu em Brasília, no Distrito Federal, foi organizado pelo Ministério da Saúde e reuniu representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e de conselhos de saúde.
Para a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, discutir sobre a hanseníase não se limita às questões de saúde, mas, também, àquelas relacionadas a iniquidades sociais, desigualdades e direitos, por exemplo.
“Quando reunimos as principais secretarias envolvidas diretamente com a causa, tanto na vigilância como na assistência, e ampliamos esse debate para a academia e os movimentos sociais, nós incluímos as pessoas afetadas pela hanseníase para direcionar as ações para o que elas realmente precisam no enfrentamento da doença”, disse.
Com o tema “Enfrentando desafios em busca de um novo começo”, o encontro teve como objetivo discutir ações conjuntas entre o Ministério da Saúde, os movimentos sociais e as pessoas com hanseníase. Entre os assuntos de debate, estiveram a inclusão social, o enfrentamento ao estigma e à discriminação; os sinais, os sintomas e o tratamento da doença; os direitos das pessoas com hanseníase; a comunicação, o controle e a mobilização social; e saúde mental.
Tanto o diagnóstico quanto o tratamento da hanseníase são totalmente gratuitos e oferecidos em todo o país via Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde contabiliza, em média, 21 mil casos novos de hanseníase por ano no país.
Enfrentamento da doença
Em abril de 2024, a ministra da Saúde Nísia Trindade assinou a Portaria GM/MS n.º 3.558, que viabiliza mais de R$ 50 milhões para estados e municípios implantarem estratégias de busca ativa de casos novos de hanseníase, incluindo a investigação de contatos; a realização de capacitações de profissionais de saúde; a realização de testes rápidos; e resgates de casos em situação de abandono, além de atividades educacionais promovidas nas unidades de saúde sobre estigma institucional. Os recursos já foram pagos, em parcela única, em maio de 2024.
Além disso, a hanseníase é uma das 11 doenças que fazem parte do Programa Brasil Saudável, que atua para eliminação de doenças determinadas socialmente. De forma inédita, nove ministérios se reuniram para elaborar estratégias de eliminação, até 2030, de doenças e infecções que acometem de forma mais intensa as populações de maior vulnerabilidade social.
Saiba mais sobre a hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae (também conhecida como bacilo de Hansen), e é transmitida pelas vias respiratórias, por gotículas de saliva ou secreções do nariz durante o contato próximo e prolongado com alguém infectado com a doença e que não esteja em tratamento.
A hanseníase é caracterizada por um longo período de incubação, que é o intervalo de tempo desde o primeiro contato com o vírus, até o início dos sintomas. A doença atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias. Se não tratada, pode causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis, além de exclusão social.
Fonte: Ministério da Saúde