Uma iniciativa realizada no município de Palmas, capital do Tocantins, tem tido destaque no que se refere à hanseníase. Por meio dela, profissionais da saúde são capacitados para diagnosticar e tratar a doença já no primeiro contato dos pacientes com os sistemas de saúde. Os trabalhos e os resultados positivos do projeto Palmas Livre da Hanseníase foram compartilhados em um vídeo pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), organismo internacional de saúde pública da Organização Mundial da Saúde (OMS). Clique aqui para assistir o material na íntegra.
A cidade de Palmas é considerada uma região endêmica de hanseníase. “A meta do projeto é empoderar o profissional da saúde sobre doença, para que ele perca o medo e o preconceito, e tenha segurança para diagnosticar a enfermidade na atenção primária. Assim, não é necessário encaminhar o paciente para um especialista, o que afunila o sistema”, ressalta o médico dermatologista Jaison Antônio Barreto, que é chefe do departamento de epidemiologia do Instituto Lauro de Souza Lima, centro responsável pela iniciativa.
Segundo ele, o empoderamento também deve ocorrer em relação ao paciente. “Precisamos empoderá-lo, pois ele tem direito de ser diagnosticado e tratado adequadamente, não importa a doença que tenha. O paciente tem direito à qualidade de vida”, destaca. “O usuário do Sistema Único de Saúde que vive em regiões endêmicas precisa se informar e procurar o atendimento necessário”, acrescenta.
Dentre os profissionais capacitados, estão aqueles que integram o Programa Saúde da Família e o Mais Médicos. A médica cubana Jeamile Alvarez Pereira, que atua no Mais Médicos, é uma das alunas e aprende a respeito da hanseníase durante as próprias sessões de atendimento. Ela conta que desde que chegou ao município avaliou e diagnosticou sete casos da doença. “Antes, havia mais preconceito sobre a enfermidade. Mas nos casos que diagnosticamos, as pessoas têm aceitado a hanseníase e colaborado com o tratamento. Isso porque elas sabem que é uma doença crônica, mas que tem tratamento e cura”, afirma a médica.
Meta
De acordo com Barreto, o projeto Palmas Livre da Hanseníase tem permitido descentralizar as atividades de combate à doença. “Nossa meta é, em um período de dez anos, diagnosticar e tratar todos os pacientes com hanseníase. Assim, pretendemos eliminar a enfermidade como problema de saúde pública em Palmas”, diz. “Tanto o Programa Saúde da Família quanto o Mais Médicos são de fundamental importância para conseguirmos controlar a hanseníase, pois é uma forma de os médicos chegarem mais próximo dos pacientes”, completa o dermatologista.
Com informações da Organização das Nações Unidas e da Organização Pan-Americana da Saúde
